A literatura científica tem descrito que, se por um lado, os comportamentos pró-sociais e a boa auto-estima contribuem para o bom desempenho acadêmico [3], inclusive aumentando as notas obtidas pelos alunos [2], por outro lado, os problemas emocionais, como ansiedade e depressão na infância, estão diretamente relacionados com baixo rendimento acadêmico e problemas de comportamento em sala de aula [4-6].
Felizmente, o tradicional pouco interesse pelo desenvolvimento de habilidades não acadêmicas no contexto escolar tem sido substituído nos últimos anos por propostas de desenvolvimento de habilidades socioemocionais no currículo regular, e programas específicos têm sido construídos com essa finalidade.
Apesar de existirem ao redor do mundo dezenas de programas destinados ao desenvolvimento de competências socioemocionais, poucos têm tido sua efetividade comprovada cientificamente ou acumulado um corpo de evidências suficientemente robusto para justificar o investimento público em sua aplicação [7, 8].
A exceção a essa realidade é o programa australiano FRIENDS, que tem sido extensivamente implementado e avaliado em diversos países (para revisão: [9-12]) e que é o único no mundo reconhecido pela Organização Mundial de Saúde como programa efetivo no desenvolvimento de habilidades socioemocionais para implementação, inclusive, em grupos no ambiente escolar [13]. O programa já foi avaliado em 13 países, implementado pelos governos da Austrália, México, Irlanda, Escócia, Inglaterra, Canadá e Holanda, e aplicado em 23 países com a abrangência de mais de 700.000 crianças e adolescentes (vide extensa lista de referência no item 9 desse projeto). Vale ressaltar que o Programa FRIENDS é adaptado para diferentes faixas etárias, levando em consideração as diferenças de desenvolvimento, interesse e habilidades de crianças e adolescentes de 4 a 17 anos, abarcando todo o período da Educação Básica [14].
Obs.: Para referências citadas, ver aba sobre pesquisa científica.
* Texto elaborado pela Dra. Larissa Zeggio.
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MÉTODO FRIENDS E EDUCAÇÃO
Competências socioemocionais podem facilitar ou impedir o engajamento acadêmico do estudante e seu sucesso escolar e, portanto, o investimento em estratégias de promoção de aprendizagem que contemplem habilidades socioemocionais se torna premente.
